sábado, 29 de novembro de 2008

II Mostra Científica e Cultural

Acabamos de realizar a II Mostra Científica e Cultural da EEEFM Emílio Oscar Hulle em Marechal Floriano - ES. Como professor de Arte fiquei responsável por acompanhar a turma 5ª série 2 cujo tema era hip-hop e funk. O objetivo geral era o desenvolvimento da dança naquelas modalidades, mas outras atividades foram relacionadas como grafite, por exemplo. Abaixo estão algumas imagens das apresentações dos alunos.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A Estética do Sagrado

O tema "Estética do Sagrado" foi criado a partir do estudo de artistas cuja temática é a religiosidade afro-brasileira. Este assunto pode ser entendido como uma abordagem possível de estudo sobre a Arte e a Cultura Afro-brasileira, o que condiz com o cumprimento da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que obriga o estudo da História e da Cultura Afro-Brasileira no ensino brasileiro. A seguir apresento uma lista de artistas que podem ser melhor pesquisados e trabalhados na aulas de Arte.





Rubem Valentim


Rubem Valentim foi autodidata (aprendeu sozinho) e iniciou suas atividades de pintura nos anos 40. Apesar de formado em Odontologia e de ter estudado jornalismo, aos poucos se afastou e rumou em direção à pintura, dedicando-se integralmente a esta a partir de 1948.

Rubem Valentim desde o início de sua produção faz referências às tradições populares do nordeste brasileiro. A partir da década de 1950, recebe influências das religiões de base africana, como o candomblé e a umbanda, e faz referência ao simbólico através de suas formas geométricas, muitas vezes presentes em signos e emblemas destas religiões. Valentim alia a geometria ao uso de cores de forma criativa, intensas e diversas.
No final dos anos 60 realiza pinturas, murais, relevos e grandes esculturas em madeira, mantendo a linha geométrica mestra.


Mestre Didi

A força da continuidade africana no Brasil está presente na trajetória de Mestre Didi, nas suas atividades seja na religião, na arte, seja na ciência e filosofia que desenvolve ao longo de sua vida.

Mestre Didi, como era conhecido Deoscóredes Maximiliano dos Santos, nasceu em Salvador em 1917, é escritor, artista plástico, e sacerdote afro-brasileiro.

Mestre Didi é um sacerdote-artista. Exprime, através da criação estética, uma arraigada intimidade com seu universo existencial, onde ancestralidade e visão de mundo africanos se fundem com sua experiência de vida. A linguagem nagô com a qual se expressa é o discurso sobre a experiência do sagrado, que se manifesta por meio de uma simbologia formal de caráter estético.



Pierre Verger

Pierre Verger nasceu em Paris, em 1902. Desfrutando de boa situação financeira, ele levou uma vida convencional até a idade de 30 anos, ainda que discordasse dos valores que vigoravam nesse ambiente. O ano de 1932 foi decisivo em sua vida: aprendeu um ofício - a fotografia - e descobriu uma paixão - as viagens.

Em 1946, enquanto a Europa vivia o pós-guerra, Pierre Verger desembarcou em Salvador - Bahia. Foi logo seduzido pela hospitalidade e riqueza cultural que encontrou na cidade e acabou ficando. Como fazia em todos os lugares onde esteve, preferia a companhia do povo, os lugares mais simples. Os negros monopolizavam a cidade e também a sua atenção. Além de personagens das suas fotos, tornaram-se seus amigos, cujas vidas Verger foi buscando conhecer com detalhe.

Quando descobriu o candomblé, acreditou ter encontrado a fonte da vitalidade do povo baiano e se tornou um estudioso do culto aos orixás. As fotos de autoria de Pierre Verger mostram o universo baiano e sua marcante relação com a África e sua religiosidade.



Carybé

Carybé (1911-1997), nome artístico de Hector Julio Paride Bernabó, pintor figurativo brasileiro de origem argentina.

Nasceu na Argentina e, após ter vivido na Itália dos 6 meses aos 8 anos de idade, radicou-se no Brasil, inicialmente no Rio de Janeiro, onde estudou na Escola Nacional de Belas Artes.

Em 1938, foi para Salvador, fixando-se definitivamente na Bahia a partir de 1950. Sete anos mais tarde, naturalizou-se brasileiro.

Suas obras, tanto pinturas como desenhos, esculturas e talhas, refletem a chamada baianidade, através da representação do cotidiano, do folclore, das cenas populares e da cultura afro-brasileira. Em 1955, foi escolhido como o melhor desenhista nacional na III Bienal de São Paulo.



Nice

Nice Nascimento Avanza nasceu em Vitória - ES no ano de 1938. Devido a problemas financeiros sua família muda para São Paulo. Retornando ao Espírito Santo, casa-se e fixa residência em Linhares – ES onde viveu por mais de 20 anos, onde se dedica à pintura e seu tema preferido o cacau, o "fruto de ouro".

A incursão da artista pelo mundo da pintura acontece por incentivo dos amigos que a observam, encantados, desenhar sobre papéis de embrulho da lanchonete onde trabalhava. A primeira encomenda de quadro recebida por Nice, foi paga com pincéis e tintas, seu talento logo se revelou e ela passou a produzir mais e a expor.

A obra de Nice é primitivista, dentre os temas de preferência da pintora destaca-se o cacau, cenas religiosas, do dia a dia no campo e dos animais. Nice deixou uma rica e vasta obra.

Mesmo buscando as representações da tradição católica, Nice destaca a presença do negro e das religiões africanas em suas obras.